Empresa referência em tecnologia de análises de fibra de algodão no mundo, a Uster enviou executivos da empresa para conhecer o Laboratório da Agopa e apresentar novos equipamentos.
A comitiva era formada pelo diretor das operações na Uster EUA e responsável pelos produtos de classificação de fibra, Peyman Dehkordi; o diretor regional de vendas América Central e do Sul, da Uster Suiça, Gregory Winiger; e pelo sócio-diretor da Cotimes Têxtil, Jean-Luc D. Chanselme. Eles conheceram todo o processo de classificação visual e de HVI do Laboratório, discutiram diferenças entre características da pluma nos países produtores e como fazer com que as análises apontem essas particularidades. Por exemplo: os Estados Unidos têm sua própria grade de cores, e agora a China também estabeleceu a sua. Os equipamentos da Uster apontam os padrões mundiais de HVI analisados, mas cabe a cada país converter esses dados para sua grade específica de cores. Para isso, é importante que as máquinas de HVI estejam bem calibradas para que não haja discrepâncias nos resultados e conversões de HVI para cor. Neste caso, os colorímetros duplos adquiridos pelo Laboratório da Agopa em 2021 exercem um papel fundamental.
Jean Luc explicou que a comitiva tem passado uma semana no Brasil dedicada a conhecer os processos e laboratórios de análise de fibras no Brasil, começando pelo Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão da Abrapa (CBRA), em Brasília. Na semana anterior, estiveram na Austrália para avaliar os processos de fiação daquele país. “O Brasil está se tornando um gigante na classificação da fibra, e a Agopa é destaque nesse cenário, sobretudo após a aquisição do equipamento Afis Pro 2”, avalia.
Após conhecer o Laboratório, a comitiva apresentou o novo equipamento Auto MIC, que traz o colorímetro duplo aliado à automação no processo de análise de HVI, reduzindo as tarefas dos operadores de máquinas e o risco de acidentes, além de aumentar a velocidade das análises. O equipamento mede a cor e os resíduos presentes na amostra de algodão. Essa medição ganha eficácia a partir do momento em que a pressão aplicada sobre a amostra passa a ser feita pela máquina, mantendo a pressão ideal ao longo da análise, evitando falhas tanto da variação da pressão exercida manualmente pelos operadores de máquina quanto pela possível diferença de espessura da amostra, que ainda é feita manualmente.
Até o momento, o Auto MIC só é utilizado nos Estados Unidos e poderá ser vendido ao Brasil na próxima safra.
Diretor executivo da Agopa, Dulcimar Pessatto Filho representou o presidente da Associação, Haroldo Cunha, que se encontra no exterior. Dulcimar vê vantagens nesta nova tecnologia, que vem a somar com o trabalho brasileiro em classificação de algodão. “O sistema da Abrapa de rastreabilidade envolve todo o processo de classificação, com chancela do Governo Federal. Este novo equipamento pode oferecer ainda mais qualidade e confiabilidade ao nosso trabalho”, avalia. Os contatos entre a Agopa e a Uster serão mantidos para avaliar e planejar a possível aquisição do equipamento. Participaram da reunião o gerente do Laboratório, Rhudson Assolari, o pesquisador da Embrapa Algodão, João Paulo Saraiva, e a equipe de gestão de qualidade do Laboratório da Agopa.