A cotonicultura começou por volta de 1942 e foi responsável por impulsionar a economia de municípios em várias regiões do estado. Um exemplo que se desenvolveu e se transformou na pioneira do algodão goiano foi a cidade de Santa Helena de Goiás, na região sudoeste, com o produtor e ex-prefeito do município, Custódio Primo Vêncio, sendo o precursor da cultura no estado.
O “boom” da cultura do algodão em Santa Helena ocorreu nas décadas de 60 e 70. O sucesso da cotonicultura conferiu à cidade o título de capital brasileira do ouro branco, o que foi fundamental para seu crescimento econômico. O responsável por esse título foi Paulo Lopes, o “rei do algodão”. Em 1960, Paulo Lopes iniciou-se na cotonicultura plantando 29 hectares. Na safra de 1971-72, ou seja, 11 anos depois, Paulo já plantava 1500 hectares, contribuindo para que a região de Santa Helena plantasse 144 mil hectares da pluma.
O desenvolvimento da cultura em Santa Helena e o surgimento de algodoeiras geraram emprego e renda. Mesmo assim, por se tratar de um processo ainda manual, foi necessário trazer trabalhadores de outras regiões para suprir a demanda por mão-de-obra.
A cotonicultura nos anos 60 e 70 era referência para todo o Brasil, com o uso das mais modernas tecnologias da época. Segundo o censo agropecuário de 1975, mais de 90% dos tratores existentes em Goiás estavam a serviço do Algodão, principalmente em Santa Helena. No entanto, no final da década de 70 e início dos anos 80, o algodão foi perdendo espaço para outras culturas em Santa Helena e diversificando os municípios produtores que, com o tempo, passaram a plantar uma área superior que a antiga “capital do ouro branco”.
De toda forma, Santa Helena ainda guarda consigo muito da história da cotonicultura goiana. Porém, já na década de 80, o Grupo Maeda foi um dos responsáveis pela modernização da cultura no estado. A aquisição de colheitadeiras, implementação de programa de fomento, assistência técnica e prestação de serviços, construção de usinas de descaroçamento e verticalização da industrialização do algodão colocaram a produção da pluma em um outro patamar, nos municípios de Itumbiara e Bom Jesus, na região sul.
Assim como os Maeda, a família Shimohira veio do interior de São Paulo para a cidade de Itumbiara no início da década de 70. No começo, encontraram barreiras, como a falta de mão-de-obra especializada e de pesquisas, além do isolamento do município. Porém, ao investir na produção em terras mais altas, como no município de Goiatuba, a família conseguiu um salto de produtividade que a destacou no cenário goiano. A Algodoeira Shimohira foi inaugurada em 1996 e iniciou o processo de verticalização na produção da família. Hoje, o Grupo Shimohira ainda está presente como forte expoente da cotonicultura goiana.
Outra família que veio para o Brasil e depois se assentou em Goiás foram os Peeters, em 1985. O trabalho com algodão começou em Montividiu, em um processo de plantio direto de algodão e de integração com a pecuária. A família também inovou ao plantar em terras mais altas, com 960 metros de altitude. O que foi muito criticado à época, hoje representa grande parte da cotonicultura goiana, que se desenvolve em regiões de maior altitude.
Atualmente, o estado de Goiás é um tradicional produtor de algodão e hoje ocupa a terceira posição no ranking dos maiores produtores nacionais. A Agopa, o Fialgo e o IGA trabalham para fornecer ao produtor toda a estrutura para melhoria da qualidade e aumento da produtividade da cotonicultura goiana.
As lavouras estão concentradas no Sudoeste goiano, na região dos chapadões e no Entorno do Distrito Federal. A produção goiana é voltada tanto para o mercado nacional quanto para o internacional. A qualidade atestada pelo laboratório de análise em HVI da Agopa coloca a pluma goiana em níveis de representatividade mundial. Os investimentos para a melhoria dos sistemas de produção, com vistas à sustentabilidade e ao crescimento da produtividade, são constantes e têm gerado resultados que mantêm a cotonicultura de Goiás em posição privilegiada no cenário brasileiro e mundial.