Industriais e agentes do mercado internacional de algodão de oito países estiveram em Goiás na última quinta-feira, 3 de agosto. A visita faz parte da Missão Compradores 2023, realizada pela Associação Brasileira de Produtores da Algodão (Abrapa), juntamente com as associações estaduais, e faz parte do programa Cotton Brazil, que também congrega a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).
A Missão Compradores tem como objetivo aumentar a participação do algodão brasileiro no mercado internacional. O grupo é formado por industriais de oito países de destino da commodity de origem Brasil (China, Paquistão, Bangladesh, Índia, Vietnam, Turquia, Malásia e Egito), e estiveram na Fazenda Pamplona, da SLC Agrícola, no município de Cristalina, onde conheceram o processo de produção e beneficiamento da pluma, além do trabalho que a Agopa tem desenvolvido junto aos produtores, traders e agentes da cadeia produtiva.
Parte da apresentação ficou por conta do vice-presidente da Agopa, Carlos Alberto Moresco, que apresentou dados da Associação, falou sobre as novidades do Laboratório da Agopa e as pesquisas do IGA. Destaque para a importância das análises de H2SD, que mede a taxa de caramelização de quase todo o algodão exportado por Goiás, dado fundamental para a indústria têxtil. Outro destaque é a nova máquina Afis Pro 2, que presta ajuda importante na pesquisa e calibragem das algodoeiras.
“Analisamos mais de 800 mil amostras por ano, mais da metade disso é para exportação”, ressalta Moresco, ao salientar o interesse dos compradores nas ações dos laboratórios, da sala de classificação, homogeneização dos lotes e padronização dos processos. “Isso mostra que estamos no caminho certo, de trabalhar com padrões rígidos de homogeneização dos fardos e confiabilidade das entregas”, frisa.
Antes de chegar a Goiás, os visitantes passaram por Mato Grosso e Bahia, os dois maiores produtores nacionais da fibra, onde conheceram as estruturas produtivas, de beneficiamento e de classificação.
A Missão Compradores está na sétima edição. A cada ano, participam diferentes integrantes. A iniciativa é uma oportunidade de conhecer o modelo brasileiro de produção de algodão, que além de altamente tecnificado, tem como diferenciais a sustentabilidade e a rastreabilidade fardo a fardo.
Oportunidade de escuta
Para o presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel, o compromisso do produtor de algodão com o meio ambiente, o cuidado com o solo e as águas e, principalmente, o respeito com os colaboradores e com o produto que será entregue para o consumidor final, encantam os visitantes. Schenkel também destaca que a missão reforça a comunicação entre produtores e mercado.
“Podemos ouvi-los, pessoalmente, entender seus anseios e trabalhar para atendê-los, de acordo com as suas expectativas. Muito em breve, seremos os maiores exportadores mundiais, mas também queremos ser os melhores”, diz Schenkel, destacando que a parceria com a ApexBrasil e a Anea é fundamental para atingir essa meta.
Safra grande
A iminência de colher uma safra superior a três milhões de toneladas, que traz a reboque o desafio de exportar mais de 2,4 milhões de toneladas de pluma, na safra 2023/2024, na opinião do presidente da Anea, Miguel Faus, torna estratégica a Missão Compradores.
“As missões colaboram para que nossos clientes, lá fora, conheçam o nosso produto, se interessem e incrementem suas compras. Mais que nunca, nos tornamos vendedores de algodão, e precisamos ganhar ainda mais mercado para absorver a nossa produção”, afirma. Faus diz que estes visitantes já tinham consciência que o Brasil irá colher uma grande safra. “Parte desse algodão já está vendido, com, pelo menos, um ano de antecedência e outra terá que ser vendida nos próximos 12 meses, portanto, essas ações são fundamentais”.
*Com informações da Abrapa