A Campanha Natal de Algodão realizou sua quarta e última etapa na noite desta segunda-feira, dia 10. Esta foi a data para a entrega de alimentos a moradores em situação de rua em Goiânia. Os voluntários da Casa Irmã Dulce saíram às ruas às 19 horas para cumprir sete rotas em diferentes pontos da capital, o que somou 300 refeições distribuídas em pouco mais de duas horas.
A rota mais abrangente é a que cobre a região da rodoviária de Goiânia e da Rua 44. A Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa) acompanhou a chegada dos voluntários e a distribuição dos alimentos na esquina da Avenida Independência com a Rua 44, local de grande concentração de moradores de rua. Em pouco mais de duas horas de ação, foi possível conhecer algumas dessas pessoas e as histórias que carregam.
É o caso de Reginaldo Aparecido, de 32 anos, 17 deles nas ruas. Montador de barracas e segurança na Feira Hippie, Reginaldo envia o que ganha para os cuidados do filho, que mora com a avó em Goianésia. Líder entre os moradores de rua da região, Reginaldo participa do Movimento Nacional da População em Situação de Rua em Goiás (MNPR-Goiás), onde articulam-se pautas de cidadania e defesa dessas pessoas. “Conversamos regularmente com a promotora encarregadas das nossas questões, provemos os moradores com documentos pessoais e combatemos a violência que sofremos por parte das forças de segurança”, pontua. Para ele, o número de pessoas sem ter onde dormir aumenta no fim do ano. “É muita gente que vem de fora e não consegue nada, aí acaba na rua”, lamenta.
Credito: Edmar Wellington (@edmar_wellington)
A pequena Jamily, de apenas 8 anos também recebeu o jantar. Para ela, a presença dos voluntários é motivo de comemoração. “A comida é muito gostosa e sempre divido com minha família”, diz, referindo-se à mãe e aos irmãos que ela acompanhava.
Para o representante do Sebrae, Leandro Pires, parceiro da Agopa na Campanha Natal de Algodão, o sucesso do Bazar de Algodão realizado na última semana possibilitou atingir a meta de oferecer 300 refeições completas. “O tempo foi curto para planejarmos tudo, divulgar a ideia e realizar as etapas da campanha. Mesmo assim, foram 1091 peças de vestuário doadas para o bazar, cujas vendas renderam R$ 3.4 mil revertidos em comida. As peças que não foram vendidas serão doadas”, explica.
Para o presidente da Casa Irmã Dulce, Luís Prestes, a parceria com a Agopa e o Sebrae foi responsável por um aumento significativo de pessoas atendidas. “A gente percebe quem realmente quer ajudar”, declara. No cardápio, arroz branco, feijão, filé de frango à rosé, batatinha chips. Acompanhava o jantar dois pães com manteiga, paçoca de sobremesa, refrigerante e café.
Com camisetas do Natal de Algodão, os voluntários da Casa Irmã Dulce pretendem realizar uma nova entrega de alimentos por meio da parceria com a Agopa, o Sebrae e o Clube de costura. “Tivemos apoio institucional e popular, foi uma campanha muito bonita”, afirma Prestes.
Para a Agopa, a campanha atingiu seu objetivo, que é unir o potencial do algodão em formar parcerias em benefício de quem mais precisa de ajuda.
Credito: Brenno Sarques